Especialistas estão otimistas com o futuro do mercado literário com a tecnologia blockchain
Tema foi destaque da programação de sábado (16) na Feira do Livro de Porto Alegre
O mercado literário tem muito a ganhar com a tecnologia blockchain. As boas perspectivas para o futuro do uso da tecnologia em benefício de autores e leitores foi consenso no painel que debateu a Tokenização e o futuro do mercado literário, na Feira do Livro de Porto Alegre, neste sábado (16), no espaço Jovem Banrisul.
Para os pouco habituados com o que sejam as novas tecnologias, a criptoeducadora e co-founder da Dittos, Andreia Martins, explicou que a blockchain é uma rede de software que funciona por meio de nodes (nós), que são servidores distribuídos globalmente. Se algum sofrer algum tipo de dano, por exemplo, os outros sustentarão o sistema — garantindo a preservação do acervo.
A especialista também destaca que em relação a preservação dos dados, inclusive para o acesso da inteligência artificial, o mercado estará mais protegido: “Tudo que conhecemos na gíria digital por cripto significa que é criptografado, ou seja, os dados nessa tecnologia são imutáveis. Os autores terão a sua obra sem a vulnerabilidade de um acesso indevido e serão protegidos por um contrato inteligente que é gerado para cada ativo”.
O engenheiro mecânico e empreendedor do mercado digital, Jian Costa, ressaltou que no processo de tokenização a obra literária será um único arquivo no sistema o que possibilitará ser vendido e revendido. “A cada nova comercialização do arquivo o autor receberá os devidos royalties porque o sistema conseguirá rastrear toda a sua jornada”.
Entre outros benefícios destacados por Jian, está a possibilidade de diversificação de produtos, um autor poderá vender o livro por capítulos, por exemplo, ou formar um clube do livro: “O novo formato também ampliará o sentido de comunidade digital que existe hoje, o autor poderá ter uma relação direta com a comunidade de leitores fiéis, oferecendo produtos exclusivos. Além de ser um canal de interatividade que facilitará a cocriação”, corroborou.
Direitos autorais
“A evolução da era digital será o ganho em cada exemplar”, destaca a advogada, especialista em direito dos criptoativos e blockchain, Luiza Braun. A especialista explica que a tecnologia sempre estará à frente da legislação, mas que há um entendimento que a lei que regula o direito autoral no Brasil servirá para respaldar os autores no novo modelo.
O sistema legislativo brasileiro é focado na obra, isso significa que a cessão de direitos patrimoniais segue sendo do autor até o seu falecimento. E ao contrário de outras criações, a lei considera o direito natural do escritor para o seu livro, ou seja, no caso da Blockchain, valerá o mesmo princípio e ainda melhor validado, com a compensação dada pelos royalties em todas as vendas e revendas dentro do sistema.
Sobre a Feira
O evento é realizado pela Câmara Rio-Grandense do Livro e ocorrerá entre os dias 1º e 20 de novembro. O patrono desta edição é o escritor Sergio Faraco. A 70ª Feira do Livro de Porto Alegre conta com o patrocínio Master do Banrisul, banco oficial da Feira do Livro e da Petrobras – patrocinadora do Teatro Petrobras Carlos Urbim. Patrocínio de Gerdau, Grupo Zaffari, Ceee Equatorial, Caixa e Sulgás. Apoio Especial da Prefeitura de Porto Alegre, SZ Working e Senado Federal. Parceiro de tecnologia: RL Net e Procempa. Financiamento: Secretaria de Estado da Cultura / Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Media Partners: Eletromidia. Apoio Cultural: Edições Câmara, Assembleia Legislativa do RS, Banco dos Livros, Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, ESPM, Instituto Camões, Consulado da Argentina, Instituto Cervantes, Instituto Goethe, Embaixada da Suécia, Prefeitura de Guaíba, Panvel, Versa Partner, Kodex, Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, Master Hotéis, Cisne Branco e Espaço Força e Luz. Apoio institucional: Feevale, Bibliex, Uniritter, BRDE e Aliança Francesa. Estado convidado: Estado da Paraíba. Espaços cedidos: Clube do Comércio, Espaço Cultural dos Correios, Memorial do RS, auditório do SindBancarios, auditório da Livraria Paulinas e Biblioteca Pública do Estado.